Orar é conversar com Deus. Na verdade, é mais do que isso. É estar em audiência com o Pai, o Criador de todas as coisas, aquele que nos deu a vida, que nos conheceu quando ainda eramos um simples embrião no ventre da mãe. Sim, quando estávamos ainda em formação, Seus olhos já estavam sobre nós, e em Seu livro já se escrevia todas estas coisas. (Salmos 139:16) Ele nos conhece de um modo pleno e sabe o que vamos lhe pedir, antes mesmo de pronunciarmos qualquer palavra. Até mesmo antes das palavras se formarem em nossa mente, eis que Ele tudo conhece. Nossos anseios e os nossos dissabores, e também o nosso sofrimento não lhe é oculto, mas ele não interfere em nosso viver a não ser que o busquemos. Porém muitas vezes nos limitamos a dizer: "Meu Deus, me ajude!" E Ele ajuda! Mas, há casos em que precisamos travar verdadeiras batalhas no mundo espiritual. Quando o inimigo invade o nosso território, precisamos apresentar os nossos direitos diante do Justo Juiz, e reivindicá-los. Do mesmo modo como um advogado prepara sua tese para apresentar ao juiz, precisamos nos preparar para entregar a nossa oração ao Juiz de toda a terra. Ele mesmo recomenda que o façamos: "Procura lembrar-me; entremos juntos em juízo; apresenta as tuas razões, para que te possas justificar!" (na tradução de King James diz: 'Relembra o teu passado para mim; vamos discutir a tua causa') (Isaías 43:26) Um bom advogado, ao elaborar a defesa do seu cliente, certamente citará as leis que lhe possam favorecer no tribunal, e também citará os precedentes; apelando para que o seu cliente seja favorecido com o mesmo benefício outrora concedido à outro. Assim também, quando formos a pleito com o Nosso Senhor, em oração, após saudá-lo por Sua majestade (como também é feito no tribunal dos homens), devemos primeiramente confessar os nossos pecados (se houvermos pecado). Feito isso, apresentemos diante dEle a nossa causa, e juntamente com ela tragamos à memória as leis e os decretos que foram dados à nosso favor. Estou me referindo às promessas de Deus, e aos Seus mandamentos. Claro que se não estivermos vivendo de acordo com eles não seremos tidos por dignos de ser beneficiados pelos tais, a não ser que apelemos para a lei do perdão. Após trazer à memória todas as promessas que nos foram dadas, (digo a memória nossa, porque Deus nunca se esquece do que prometeu; mas, após citar diante dEle as Suas promessas) podemos e devemos também apelar para os precedentes; isto é, para os fatos que já vimos antes. Por exemplo, um cego que ouviu o testemunho de outro, que era cego como ele, e foi curado por Jesus, pode e deve apelar para este precedente para que também ele seja curado. Afinal, Deus não pode fazer (e não faz) acepção de pessoas. A pessoa que tem uma doença qualquer, deve citar diante do Verdadeiro Juiz o Ato de Justiça feito em nosso favor por Jesus Cristo, descrito em Isaías 53:4-5, que diz: "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.", e daí por diante. Por fim, resta-nos louvar ao Senhor e exaltar o Seu Nome, como qualquer homem se alegraria por ter ganho a sua causa na justiça. Embora no tribunal humano muitos entram a pleitear sem razão, diante do Tribunal de Deus jamais devemos fazê-lo. Uma causa só deve ser aberta, quando estamos certos do nosso direito Embora muitos tem uma compreensão diferente do versículo de Lucas 14:28-30 que diz que antes de se edificar uma torre deve se assentar a fazer os cálculos para ver se terá com que terminar a obra; eu porém, no meu parecer, entendo que isso também se aplica à oração. Antes de entrarmos em uma "causa espiritual", temos que nos cercar de todas as promessas de Deus à respeito do que estamos pleiteando, e precisamos ter a firme convicção de que tal benção nos pertence; caso contrário, seremos motivo de zombaria no mundo espiritual. "Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar? Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar." (Lucas 14:28-30) O Senhor não pode atender a quem não dá a devida importância às Suas palavras. Ora, a Palavra é clara ao dizer que o Altíssimo ama os que O amam (Provérbios 8.17). Antes de iniciar a construção da sua torre, digo, antes de iniciar uma batalha espiritual, esteja certo de que você irá permanecer na fé até o fim. Se não tiver certeza de que aguentará os trancos da batalha, não há por que colocar a primeira pedra. Não são poucos os casos em que o "doente" começa a orar a Deus para ser curado, mas não tem fé suficiente para batalhar contra o mal que lhe ataca; e depois de ter insistido diante de Deus em oração, e não vendo resultados (porque a sua falta de fé o impede de ver) abandona a "construção da torre" (a sua oração) e vai em busca dos médicos. Conclusão: Virou motivo de chacota entre os demônios que estão lhe colocando tal enfermidade. Outros tantos começam a orar por uma bênção, mas com o passar do tempo se esquecem e deixam de orar... outra "torre" que foi deixada inacabada. Não banalize a oração. Não ore por orar, ore por uma causa justa; e, quando iniciar uma "batalha espiritual", por qualquer motivo, não abandone a "obra" até que tenha alcançado a resposta divina. Não deixe que, no mundo espiritual, haja zombaria sobre sua obra inacabada. De acordo com o que podemos ver na Bíblia, muitos pedidos foram atendidos de modo instantâneo, enquanto que outros (principalmente no velho testamento) levaram tempos; mas sabemos que Deus não precisa de um tempo para operar; porém, não pode atender quando o que pedimos tem como base argumentos humanos. Ninguém ganhará alguma batalha se não crer naquilo que o Pai diz, e, como temos todos os direitos contra o mal que nos atinge, jamais seremos derrotados no Tribunal de Deus. Ainda que uma pessoa esteja em pecado, ela está em posição melhor do que o diabo, pois para ele não há mais perdão. "Portanto, se vós compreenderdes esse ensinamento e o praticardes, abençoados sereis." (João 13:17)